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Amputação abdomino-perineal - técnica, indicações, consequências, complicações e recuperação


Técnica e indicações:

A amputação abdomino-perineal consiste na remoção do ânus, reto e parte do cólon. O local onde estava o ânus é encerrado (o doente fica sem ânus) e realiza-se uma colostomia permanente no lado esquerdo do abdómen.

Esta cirurgia é, habitualmente, feita por laparoscopia.

Em algumas situações pode ser necessário remover parte do osso do cóccix ou de outros órgãos pélvicos (vagina, útero, próstata, vesículas seminais, bexiga). Nesta última situação designamos a cirurgia de exenteração pélvica.


Graças ao avanço da tecnologia e de alguns doentes com cancro do reto não necessitarem de cirurgia (tratamento apenas com radioterapia - watch and wait), esta cirurgia é realizada com menos frequência que no passado.

As principais indicações são:

» Tumores do reto muito baixo (adenocarcinoma) com invasão do esfíncter anal

» Tumores do canal anal (carcinoma epidermóide) que não responderam ao tratamento de radioterapia

Consequências e complicações: A principal consequência desta intervenção cirúrgica é a necessidade de uma colostomia definitiva. O facto do ânus (e esfíncter anal) serem removidos, não é possível que o trânsito intestinal mantenha o seu percurso normal.


As possíveis complicações que podem ocorrer nos primeiros dias após a cirurgia são:

» Hemorragia

» Infeção/abcesso intra-abdominal

» Infeção/abcesso do cicatriz do períneo (local onde estava o ânus e que foi encerrado durante a cirurgia)


Passados uns meses após a cirurgia, as complicações estão relacionadas com a colostomia (prolapso e hérnia à volta da colostomia) e com o encerramento do períneo (hérnia perineal).

Se a cirurgia for realizada pelo método aberto (laparotomia), existe ainda o risco de hérnia incisional.

Recuperação: A colostomia definitiva implica que o doente e familiares próximos aprendam os cuidados necessários a ter com a colostomia. Para isso, é muito importante o acompanhamento por um enfermeiro especialista em estomoterapia que se inicia nos primeiros dias após a cirurgia e mantém-se após a alta hospitalar.

Após a alta hospitalar, o que mais prejudica a recuperação e a qualidade de vida é uma má adaptação à colostomia e desconhecimento dos cuidados a ter. Por este motivo é fundamental o acompanhamento por um enfermeiro especialista em ostomias.


Para além dos cuidados a ter com a colostomia, existe também a questão da dor pós-operatória. Sendo uma cirurgia realizada por laparoscopia, o tempo de recuperação é mais rápido do que se fosse realizada por laparotomia. No entanto, este tipo de intervenção implica a remoção do ânus, pelo que é habitual haver queixas de dor ao sentar e caminhar durante alguns dias/semanas.



É normal que tenha dúvidas e receios após uma cirurgia que mudou por completo a sua imagem corporal. Esclareça todas as suas dúvidas com o seu cirurgião e equipa de enfermagem. Ter conhecimento e estar preparado para as mudanças ajuda a que a recuperação seja mais fácil.

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