Quais os sintomas:
A diverticulose corresponde à presença de divertículos no cólon, enquanto que a doença diverticular é caracterizada pela diverticulose associada a sintomas.
A presença dos divertículos (diverticulose) é comum a partir dos 40 anos. Na maioria das vezes não dão sintomas e só são descobertos a quando da realização de exames por outros motivos (colonoscopia ou TC). Por este motivo, a maioria das pessoas não tem doença diverticular.
Uma das complicações que pode ocorrer é a diverticulite (infeção dos divertículos).
Após a resolução do quadro de infeção, a maioria dos doentes fica sem qualquer sintoma. No entanto, alguns doentes podem ficar com sintomas persistentes de dor tipo cólica, distensão abdominal e obstipação ou diarreia.
Quando se opera:
Uma pessoa que tenha descoberto divertículos num exame de rotina, mas que nunca tenha tido sintomas ou crises prévias de diverticulite não tem indicação para cirurgia.
A indicação para operar os doentes com doença diverticular (fora do contexto da diverticulite ou hemorragia diverticular) tem vindo a ser alterada.
Há vários anos atrás, indicava-se para cirurgia (ressecção do cólon atingido pelos divertículos) os doentes que tivessem 2 ou mais episódios de diverticulite, pois acreditava-se que após um primeiro episódio era pouco provável ter outro episódio de diverticulite, mas se tivessem dois tinham uma probabilidade significativa de ter mais episódios.
O objetivo da cirurgia era evitar o risco de uma cirurgia de urgência que poderia implicar uma colostomia se o doente tivesse uma diverticulite aguda grave.
Atualmente as indicações não são tão taxativas e devem ter em linha de conta a:
- Idade do doente
- Tempo decorrido entre as crises (um doente que tenha tido 2 crises com 10 anos de intervalo ou um doente que tenha tido 2 crises no último mês têm necessidades diferentes da cirurgia)
- Gravidade da crise de diverticulite
- Sintomas após a resolução do quadro inflamatório da diverticulite
Este último ponto é importante, pois há doentes que podem ter tido um único episódio de diverticulite mas ficaram muito sintomáticos (dor, distensão, obstipação...) e perderam qualidade de vida.
Acima de tudo, a indicação cirúrgica da doença diverticular deve ser discutida caso a caso, o doente deve ser informado dos riscos e benefícios da cirurgia e tem de ter uma palavra fundamente na decisão.
O que posso e não comer:
O QUE COMER
Se tem sintomas da doença diverticular ou se teve algum episódio de diverticulite no passado deve fazer uma alimentação rica em fibras. As fibras facilitam a passagem das fezes pelo cólon de forma a não "forçar" os divertículos. Mas, lembre-se que para as fibras funcionarem, é necessário ingerir 1,5L de água por dia.
O QUE NÃO COMER
A maioria das pessoas não necessitam de evitar nenhum alimento. É habitual ouvir-se que quem tem divertículos não deve comer sementes, uvas com grainhas ou peixes de espinha fina (ex.: sardinhas), pela crença de que podiam entrar nos divertículos e dar uma complicação. No entanto, isto é um MITO. Os estudos recentes não mostraram que estes alimentos causassem problemas às pessoas que tenham divertículos.
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