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Doença de refluxo gastroesofágico - diagnóstico, tratamento não cirúrgico e tratamento cirúrgico


Diagnóstico:

Na maioria das situações o diagnóstico de refluxo gastroesofágico faz-se através dos sintomas e antecedentes do doente. Por isso, nem sempre é necessário fazer exames de diagnóstico.

Contudo, se for necessário, os exames habitualmente realizados são:

» Endoscopia digestiva alta: utilizada para visualizar complicações do refluxo gastroesofágico (como a esofagite) ou procurar situações que podem levar ao refluxo

» pHmetria esofágica: consiste na introdução de uma sonda no nariz e vai monitorizar o refluxo durante 24h. Esta sonda mede variações do pH e permite assim quantificar o número de refluxos que o doente teve durante 24h e a sua gravidade (através deste exame é calculado o índice de DeMeester)

» Manometria esofágica: não permite quantificar o refluxo, mas é importante para verificar se o doente pode ser submetido a uma intervenção cirúrgica para tratamento do refluxo (se for essa a opção terapêutica)

Tratamento não cirúrgico: O tratamento inicial do refluxo implica alterações do estilo de vida e medicação.

Alterações do estilo de vida:

» Realizar exercício físico de forma regular

» Perder peso (se excesso de peso ou obesidade)

» Deixar de fumar

» Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou com cafeina (especialmente à noite)

» Evitar alguns alimentos que possam desencadear episódios de refluxo (ex.: alimentos picantes, fritos, gorduras, bebidas gaseificadas)

» Comer pequenas refeições e várias vezes por dia (em vez de grandes refeições ao almoço e jantar)

» Evitar deitar-se nas 3 horas seguintes à refeição

» Dormir com a cabeceira elevada e deita-se de lado esquerdo

Medicação:

» Antiácidos

» Inibidores da bomba de protões (são os medicamentos mais utilizados)

Habitualmente, nos doentes com sintomas de refluxo explica-se a importância de adotar alterações no estilo de vida e prescreve-se um tratamento com inibidor da bomba de protões (ex.: omeprazol pantoprazol, esomeprazol...) durante 8 a 12 semanas.

Na maioria dos doentes isto pode ser suficiente para resolver os sintomas de refluxo.

Tratamento cirúrgico: O tratamento cirúrgico é uma alternativa ao uso crónico de medicação (inibidores da bomba de protões), especialmente nos doentes com refluxo grave, com hérnias de hiato grandes ou com sintomas de refluxo persistentes e debilitantes.

Habitualmente, a cirurgia realizada é uma fundoplicatura de Nissen com correção da hérnia de hiato, se existir. Esta fundoplicatura implica a confeção de uma "gravada" com o estômago em torno da parte final do esófago de modo a criar um válvula que impede a subida do refluxo.

Nos doentes com obesidade mórbida, pode ser sugerido a realização de um bypass gástrico com o intuito do tratamento da doença de refluxo gastroesofágico e da obesidade.


Atualmente estão a ser desenvolvidas técnicas inovadoras para tratamento desta doença com resultados promissores:

» Colocação de um esfíncter artificial magnético em torno do esófago

»Tratamento do refluxo através de endoscopia

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