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Lobectomia da tiroide - técnica, indicações, consequências, complicações e recuperação


Técnica e indicações

A lobectomia da tiróide, ou hemitiroidectomia, consiste na remoção de um dos lobos da tiróide (metade direita ou esquerda) e do istmo (zona central que une os dois lobos).

A cirurgia pode ser feita através de uma incisão cervical (parte da frente do pescoço) ou por laparoscopia através de pequenas incisões na axila (cirurgia transaxilar) ou na parte interna do lábio inferior (cirurgia transmentoniana).

As principais indicações para este tipo de cirurgia são: » Nódulo colóide - benigno (pelo tamanho, sintomas ou estética) » Nódulo indeterminado (biópsias não conseguiram dar o resultado histológico do nódulo) » Tumor folicular » Carcinoma papilar (casos selecionados)

Mesmo que haja apenas um nódulo não se retira só esse nódulo. Havendo indicação para cirurgia, o que se faz é remover metade da tiroide (lobectomia) ou a tiróide toda (tiroidectomia total).


Consequências e complicações

A principal consequência quando operamos um órgão é a perda da função que esse órgão desempenhava. No entanto, na tiróide, quando removemos apenas metade (lobectomia), a outra metade é suficiente para produzir as hormonas tiroideias necessárias. Só em algumas situações é que é necessário tomar comprimidos de levotiroxina.

As complicações mais faladas da tiroide são as lesões das glândulas paratiroides e do nervo laríngeo recorrente. Se só removermos metade da tiróide, só existe o risco de lesarmos duas das quarto paratiroides existentes e um dos dois nervos laríngeos recorrentes. Em relação às glândulas paratiroides, mesmo que haja lesão das duas glândulas do mesmo lado, não há alterações nos níveis de cálcio. Relativamente ao nervo laríngeo, se lesarmos o nervo pode haver alterações a nível da fala (rouquidão) e respiratórias (dificuldade em respirar durante exercícios físicos devido ao facto do espaço entre as cordas vocais que permite a passagem do ar estar mais diminuído).

Outras complicações são a hemorragia e a infeção.

Apesar das complicações descritas, a lobectomia é uma cirurgia segura com um risco cirúrgico muito baixo (cerca de 2% de complicações).


Recuperação

O pescoço é um local sensível do nosso corpo, pelo que qualquer cirurgia pode causar edema e algum desconforto ou mesmo dor. Gradualmente esta sensação vai desaparecendo.

Alterações no timbre e volume da voz podem existir e, habitualmente, são temporárias.

CUIDADOS A TER:

» Medicação: analgesia se dor. Na maioria das situações não é necessário suplementação com cálcio ou com hormona tiroideia.

» Incisão cirúrgica: os cuidados de penso dependem do tipo de encerramento realizado. Se for com cola biológica não é necessário realizar penso e o doente pode tomar banho normalmente.

» Alimentação: habitual.

» Retorno ao trabalho: depende da profissão. Habitualmente os doentes retomam a sua atividade profissional uma a duas semanas após a cirurgia.


ALERTAS:

» Embora rara, a hemorragia é a complicação com maior gravidade que pode ocorrer após a cirurgia. O aparecimento súbito de uma tumefação no pescoço, especialmente se associado a dificuldade em respirar, deve ser rapidamente observada por um médico.

» Outras complicações a deiscência da ferida cirúrgica (afastamento dos bordos) e a infeção.


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