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Síndrome do intestino irritável - será que tenho? causas e fatores de risco e como tratar


Será que tenho o síndrome do intestino irritável:

O síndrome do intestino irritável (SII) é uma doença funcional que causa dor abdominal recorrente, distensão abdominal e alterações do padrão intestinal habitual (obstipação, diarreia ou alternância entre ambas).

Estima-se que 10 a 15% da população dos países mais desenvolvidas sofram deste síndrome e é mais comum em mulheres com menos de 45 anos.

Apesar de sintomatologia semelhante às doenças inflamatórias intestinais (ex.: doença de Crohn ou colite ulcerosa), o SII não apresenta infamação, úlceras ou outras alterações na mucosa do intestino.

O SII não leva à má absorção de nutrientes.


Os critérios de Roma IV permitem identificar as pessoas que podem sofrer deste síndrome. É necessário ter dor abdominal recorrente que aparece pelo menos uma vez por semana nos últimos 3 meses e associada a 2 ou 3 dos seguintes critérios:

»» Dor relacionada com a defecação (a dor começa com os movimentos intestinais e alivia com a evacuação)

»» Dor associada a alterações na frequência das evacuações

»» Dor associada a alterações na aparência das fezes


O SII divide-se em diferentes subtipos de acordo com o padrão mais comum das fezes:

» SII com predomínio de diarreia

» SII com predomínio de obstipação

» SII com hábitos intestinais alternados entre diarreia e obstipação

» SII não classificado


No entanto, antes de diagnosticar um pessoa com SII pode ser necessário excluir a presença de uma neoplasia coloretal, especialmente se tiver algum dos seguintes sinais de alerta:

» Mais de 50 anos

» Sangue visível nas fezes ou pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva

» Perda de peso sem explicação

» História familiar de neoplasia coloretal ou doença inflamatório intestinal

» Massa abdominal palpável

» Anemia


Causas e fatores de risco:

A causa para o síndrome do intestino irritável (SII) não está completamente esclarecida.


No entanto, sabemos que existe uma combinação de fatores que caracterizam este síndrome:

- Alterações da motilidade intestinal: contrações prolongadas e fortes levam à diarreia, enquanto que contrações fracas levam à obstipação.

- Hipersensibilidade visceral: por parte dos terminais nervosos do intestino.

- Disfunção entre o cérebro e o intestino.

- Alterações na microflora intestinal.


Os desencadeantes ("triggers") conhecidos que começam ou agravam este síndrome são:

- Alguns alimentos e bebidas (ex.: trigo, laticínios, citrinos, feijões, repolho, bebidas gaseificadas). Porém, uma alergia real a alimentos é rara neste síndrome.

- O stresse e a ansiedade.

- Gastroenterites graves.


Este síndrome atinge cerca de 10 a 15% da população, especialmente se tiver algum dos seguintes fatores de risco:

- Idade jovem (menos de 45 anos).

- Sexo feminino.

- Outros elementos da família com SII (tanto pela transmissão genética como pelo meio ambiente familiar).

- História pessoal de abusos sexuais, emocionais ou físicos.


Como tratar:

Não existe uma única dieta ou tratamento que funcione para todas as pessoas que tenham síndrome do intestino irritável.


Contudo, existem princípios de tratamento gerais que devem ser experimentados:

- Refeições caseiras e em horários regulares (evitar fast food, alimentos processados e picantes, comer rápido e saltar refeições)

- Reduzir o consumo de chá, café e bebidas alcoólicas

- Fazer um registo diário do que come e dos sintomas, para poder identificar os alimentos que desencadearam os sintomas e assim exclui-los da sua dieta

- Exercício físico e exercícios de relaxamento


Relativamente à dieta:

- Se tiver um padrão de obstipação deve aumentar a ingestão de fibras

- Se tiver um padrão de diarreia e distensão abdominal deve experimentar uma dieta pobre em FODMAP (existem aplicações como a "Monash University FODMAP diet app" que ajudam a selecionar os alimentos)


Relativamente a medicação que pode tomar:

- Probióticos (os estudos são discordantes nos resultados, mas são frequentemente recomendados)

- Antiespasmódicos como a butilescopolamina

- Aumentar a ingestão e água (na obstipação ajuda a amolecer as fezes e na diarreia a evitar a desidratação)

- Antidiarreicos como a loperamida (se padrão de diarreia)

- Laxantes (se padrão de obstipação, idealmente começar com fibras)

- Outras medicações como antidepressivos ou ansiolíticos só devem ser tomados com aconselhamento médico


Se sofre deste síndrome, procure um gastroenterologista e um nutricionista. São os profissionais de saúde mais indicados para o ajudarem.

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